16 de set. de 2009

A palavra no meu corpo

I – A TATUAGEM
Parte da palavra a centelha
Que cauteriza a carne do papel
Tatua fundo a face do poema
Prensa a tinta na brancura, indelével.

II – O PARTO
A caneta do poeta em desatino
Rasga o ventre prenhe da ideia
Aborta-lhe um garrancho prematuro
Que, declamado, não passa da traqueia.

III – O COITO
O devaneio encosta a língua
No pescoço da razão; apalpa-lhe o contorno,
Nela se insere, veste-a por inteiro,
E se apresenta, em poesia, qual adorno.

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Achei bom!
Ainda assim continuo fã da de baixo.
Veio uma história em minha cabeça, consegui montar um filme lendo.

Jefferson Garrido disse...

Muito bom Mario!

Estarei sempre seguindo.

abraço