I – A TATUAGEM
Parte da palavra a centelha
Que cauteriza a carne do papel
Tatua fundo a face do poema
Prensa a tinta na brancura, indelével.
II – O PARTO
A caneta do poeta em desatino
Rasga o ventre prenhe da ideia
Aborta-lhe um garrancho prematuro
Que, declamado, não passa da traqueia.
III – O COITO
O devaneio encosta a língua
No pescoço da razão; apalpa-lhe o contorno,
Nela se insere, veste-a por inteiro,
E se apresenta, em poesia, qual adorno.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Achei bom!
Ainda assim continuo fã da de baixo.
Veio uma história em minha cabeça, consegui montar um filme lendo.
Muito bom Mario!
Estarei sempre seguindo.
abraço
Postar um comentário