19 de ago. de 2009

O dia do meu corpo

A manhã vem e transita no meu corpo
como se fosse um gato que se esgueira,
todo lânguido e indecente e torto,
entre vários pés de cadeira.
A manhã é o meu horto.

A tarde, no meu corpo, tem o costume
de mostrar as esperanças desfeitas,
sonhos que a vida não trouxe a lume
e os amores que o peito estreita.
A tarde traz o azedume.

É na noite que meu corpo se situa
pós poente, cabeça, coração
a alma roça o dorso da lua
e enfim se explica tal paixão -
- é na noite que ela atua.