23 de set. de 2013

PROPRIUM

O que se passa na minha cabeça
está isolado de todo o resto.
A solidão cósmica em que vivemos:
não sabemos, do outro, além do raso.

Daí porque queremos ser eternos,
e porque nos urge a necessidade
de deixar, pós-vida, além do hodierno,
algo que rompa as fronteiras do espaço.

Um filho, pra que o nome não se esqueça,
talvez alguma arte de protesto.
Algo que fique marcado no inferno
ou no céu, para a imortalidade.

Seja vaidade, medo do fracasso
ou um ridículo esforço pós moderno,
tentar não morrer, a bem da verdade,
é buscar alcançar o alheio interno.

Não sabemos, do outro, além do raso.

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